11 de outubro de 2010

DIA MUNDIAL DE COMBATE À OBESIDADE

Não poderia deixar de postar hoje (11 de Outubro), sobre o dia Mundial de Combate à Obesidade! Todos unidos contra ela, por hábitos de vida mais saudáveis e ativos, por uma alimentação mais adequada, saudável rica em vitaminas, minerais, fibras e pobre em gorduras saturadas! Mexa-se e fuja desta epidemia que assombra os dias atuais!

Cirurgia Bariátrica

      Atualmente, conhece-se mais de 6 tipos de cirurgias restritivas ou disabsortivas realizadas no estômago e algumas envolvendo o intestino para promoção da perda de peso em obesos. Fico assustada como este nicho de mercado cresceu e cresce. Tá bem que tudo decorrente de uma obesidade que cresce também mas seriam todos estes obesos candidatos à cirurgia bariátrica? Recebo quase que semanalmente pacientes para avaliação de pré-operátorio ou mesmo aqueles tentando por uma última vez que seja, escapar-se da "faca". Cabe aqui colocar, que são candidatos à cirurgia, seguindo critérios básicos preconizados, pacientes com o Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 40 ou superior a 35 com comorbidades clínicas associadas como por exemplo hipertensão, hipercolesterolemia, resistência à insulina entre outros.
     Este tipo de tratamento não é milagroso como muitos pensam, os efeitos pós-operatórios, os cuidados a serem tomados, as taxas de complicações associadas e a mudança no estilo de vida devem sempre ser considerados. Me revolta, como nutricionista e sobretudo profissional da saúde, a maneira como a indústria deste tipo de cirurgia cresceu. Há pacientes que chegam para mim, obesos, querendo ganhar peso para que então possam se operar. Como eu poderia condizer com isso?
     O pós operatorio, do ponto de vista nutricional é bastante drástico. Meses fazendo consumo de alimentos líquidos e restritos, quantidades que devem ser muito bem controladas e que quando em excesso ou de fonte não tolerável tendem a desencadear vômitos. Em algumas dessas cirurgias, a má absorção de nutrientes é mais do que considerável, estes pacientes devem até o último dia de suas vidas fazer uso de suplemento. E a esperança de ter um corpo de Miss (nem vou comentar de modelo) é na maior parte dos casos impossível. Perde-se peso de fato, as vezes bastante peso mas a custa de que?
    Vejo muitos pacientes depositarem nestas cirurgias a cura de todos seus problemas, a causa de sua felicidade, uma mudança completa na vida. Só não podemos esquecer que muitas vezes o corpo muda mas a cabeça continua a mesma caso não seja trabalhada. O excesso de peso que pode ser considerado o responsável por outros tantos problemas é na verdade, em muitos casos, a solução momentânea deles.
    O alimento acaricia, supre carências afetivas. O gordo gosta de comer. E o que a cirurgia de um modo geral muda? o tamanho do estomago (que por ser um músculo, dilata). Nem tudo o que reluz é ouro, para ser e estar magro é preciso que se queira e que se consiga aceitar como tal. De repente a camada de gordura que protege o indivíduo de seus problemas e das situações de vida é removida, será que ele está apto para sozinho lidar com isso?
     Não sou contra este tipo de cirurgia, sou contra a maneira disseminada com que estas tem sido realizadas. Há casos em que eu propriamente, costumo indicar procura. É preciso critérios mais rigorosos e profissionais capacitados para avaliar e acompanhar estes pacientes e juntos ao invés de promover só uma diminuição do volume estomacal, promover mudança dos hábitos alimentares, do estilo de vida e resolver os problemas que antes o levavam à comida.
    

27 de setembro de 2010

WHOLE FOODS

    
     Impossível não se impressionar com uma das maiores redes de supermercado de Nova Iorque: a Whole Foods. Estas lojas de alimentos são realmente impressionantes e voltadas exclusivamente à uma alimentação saudável, possibilitando que o consumidor saiba a qualidade e a procedência de cada um dos alimentos. A loja inteira é de produtos orgânicos e isso inclui as guloseimas e os alimentos prontos que podem ser consumidos na parte superior da loja. Eu particularmente nunca tinha visto um local com tantas oleaginosas, produtos integrais, frutas, verduras e alimentos frescos.
      Neste supermercado, acima de cada alimento há o valor de ANDI score (o quanto de 1 a 1000 este alimento possui de vitaminas e minerais). Esta é uma escala, e quanto maior o ANDI mais saudável é o produto.
     Além do ANDI score presente em todos os alimentos, há diversos letreiros pelas lojas informando o que são alimentos orgânicos, o porque de consumi-los. Neste supermercado, não há produtos congelados, tudo é fresco como se pode observar nas fotos abaixo.



     Ao invés de setores repletos de doces e "porcarias", sessões mais sessões de frutas, picadas,  descascadas, em formato de torta. Inúmeras opções para crianças, com decorações especiais com o objetivo de despertar os sentidos. Tudo muito prático, pronto para o consumo sem que tenhamos que abrir mão de uma alimentação saudável.



     A primeira reação ao me deparar com um paraíso nutricional é que para isso, teríamos de pagar caro. No entanto mais uma vez fui surpreendida, ao conversar com o gerente após ter reparado nos preços ele me diz que o objetivo desta rede não é somente possibilitar a poucos o direito à uma alimentação saudável. Comer bem é um direito de todos e é por esse motivo, entre outros que os preços são bastante justos.

As sacolas, os guardanapos, os talheres, saches de ketchup e mostarda, o molho shoyo que eles fornecem é tudo de material reciclado, produtos alimentares orgânicos. Não achei sequer uma falha que pudesse contradizer a proposta incrível e inovadora do supermercado. Fica a dica para aqueles que puderem conhecer: é realmente de se deliciar e de se admirar!!

21 de setembro de 2010

Errata

*** Ansiosa é com S, não com C como postado abaixo, sorry...

Errata

** ansiosa com S e não com C como escrito abaixo, sorry!

Alimentação Norte-Americana: a grande surpresa!

      Peço desculpas em primeiro lugar, pela demora em postar, depois das férias, duas semanas corridas e curtas que me impediram de postar antes. Desde minha volta, estou anciosa para compartilhar com vocês a grande surpresa que tive ao chegar nos Estados Unidos. Ressalto, pois acredito que isto seja de suma importância, que estive em regiões turísticas e talvez por isso, meus achados e minhas observações apresentem um viés. Fui preparada para me deparar com os obesos mórbidos que da última vez, me chamaram atenção. Posso dizer, que em doze dias de viagem o que vi foram 4 pessoas obesas nestas proporções.
     Vi muito mais que um povo com hábitos alimentares errôneos, políticas governamentais fortes de controle à obesidade, sobrepeso, excesso de sal e açúcar na dieta. Nova Iorque me mostrou políticas de controle a tudo que isso, dignas de causarem inveja ou melhor, de serem incorporadas ao nosso país. Assim como as campanhas políticas que poluem nossas ruas, campanhas de promoção a saúde, como faixas ao redor do Central Park com dicas como: pratique mais atividade física, controle a quantidade de gordura saturada na sua dieta, tenha uma alimentação saudável e colorida... Mais do que redes de fast foods a cada esquina, buffet de saladas em cada buteco e o melhor de tudo, filas de pessoas para comprarem. Frutas, frutas e mais frutas, no estilo fast food sim, descascadas, picadas e com um talher em anexo.
      Todos as redes de fast foods são obrigadas a  expor composíção nutricional dos alimentos no balcão, em letreiros e com letras passíveis de serem lidas. Todas as principais marcas de cerveja já apresentam sua versão Light.  Foi-se o tempo em que as pessoas não tinham acesso à informação e erravam por desconhecimento (reconheço que mesmo eu, como nutricionista fui alarmada por estes letreiros). O hábito de fast foods não desapareceu, é da rotina de vida deles não ter tempo de parar para comer mas no entanto, a indústria alimentar adaptou-se. As redes de supermercardo já vendem iogurte com granola prontos para consumo, anexados de uma colherzinha.Ninguém precisa ir para casa desinfetar saladas para consumi-las. Elas estão prontas e acessíveis para aqueles que quiserem desfrutar...
     Realmente foi uma grande (e deliciosa) surpresa ver a mudança que os padrões alimentares vem sofrendo por aquelas bandas e pretendo ainda, postar muito a respeito. Só espero, como mil vezes comentei por lá, que o Brasil consiga também incorporar os hábitos mais saudáveis e possamos dar também esta volta por cima, coisa que mais uma vez, os Estados Unidos parece ser pioneiro (seja por necessidade, seja por sinal de desenvolvimento). Siga acompanhando e surpreenda-se também!
Abaixo algumas das fotos que fiz para vocês:

23 de agosto de 2010

DA DESNUTRIÇÃO À OBESIDADE: evolução dos tempos?

     Há quem diga que com a evolução e mudança dos tempos a sociedade num contexto geral se desenvolve, a medicina evolui e no entanto temos a saúde das pessoas regredindo. Não teria como , no papel de nutricionista, deixar de falar (e me apavorar) com a mudança do perfil nutricional ao longo dos anos. Antigamente o que se ouvia eram doenças causadas pela carência de nutrientes, carência de energia. As suplementações começaram a acontecer e beneficiar todos neste sentido. No entanto, os problema nutricionais ,acompanhando a mudança de rotina e a nova sociedade que se desenvolvia drenaram para um outro sentido.
     Não precisamos ir longe ou procurar: a obesidade tomou conta de nossas ruas, das salas de aulas, dos escritórios e junto com ela, pessoas diabéticas, hipertensas com hipercolesterolemia. Consultórios lotados, aumento crescente da síndrome metabólica, mais e mais casos de infarto ou problemas cardíacos. Seria esse um sinal de desenvolvimento, evolução dos tempos? Na minha concepção estamos é sim, involuindo. Estudamos, estudamos e estudamos...isso nos gera um conhecimento incrível e incontestável. A internet está aí a disposição de todos com informações claras e acessíveis. Os programas de TV abordam frequentemente temas como estes, os postos de saúde contam já com grupos de apoio, nutricionistas e o governo investe cada vez mais em campanhas e o resultado de tudo isso???? Nada muda, só piora...
     Já faz alguns anos, que mesmo eu considerando toda a transição nutricional que ocorreu e ocorre, me questiono como, apesar de tanta informação, tanto alarde e tanto medo as pessoas não param de engordar...Não tenho a menor dúvida, obesidade é o mal da sociedade atual, uma epidemia que cresce mundialmente (especialmente em países desenvolvidos e em desenvolvimento) e que é por si só, a maior causa de morte evitável a nível mundial.
     Deixo aqui a minha constante dúvida: seria este um sinal de evolução dos tempos?

16 de agosto de 2010

O final do tratamento dos Transtornos Alimentares

     Como aqueles que seguem o blog e me conhecem já devem saber, transtornos alimentares se tornaram ,há alguns anos, minha especialidade e uma das preferências no atendimento clínico e é sobre isso, mais uma vez, o post dessa semana. Ainda pouco, atendia duas pacientes com transtornos, um diferente do outro mas a pergunta que sempre me é feita é quando será dada a alta  ao tratamento. Claro que essa decisão não cabe somente a mim, mas também a toda equipe responsável pelo tratamento e somente quando houver um consenso, assim será feito.
    Muito mais que parar de vomitar, emagrecer, ou no caso da anorexia, atingir e manter o peso mínimo estipulado, mudanças de hábitos e pensamentos destes pacientes devem ocorrer. Muitos profissionais precipitam-se na liberaçao do tratamento e desta forma, o que evidencia-se são altas taxas de casos recorrentes. Muito mais que aquilo que reflete na balança, estes pacientes e suas famílias devem estar saudáveis psicologicamente. Como inúmeras vezes já coloquei, alteraçao no peso seja para mais ou para menos, é somente reflexo de problemas psicológicos, perdas insuperadas, relações mal definidas e é quando todo este contexto estiver adequado, bem como as condutas pertinentes e a relação com o alimento saudável e assintomática é que o paciente poderá então ter sua alta.
     Não é possível definir o quanto de tempo que cada um levará para "livrar-se" do tratamento, isso vai muito da gravidade ao iniciar o tratamento, do grau de estruturação familiar, da organização desta, da entrega do paciente à terapia e também da confiança que este deposita na equipe que o trata. Sempre torcemos para que a recuperação seja rápida e para que os pacientes tenham o menor número de morbidades associadas, no entanto, as vezes,faz-se necessário o acompanhamento prolongado, podendo chegar a anos mas desta forma, com menores riscos de recorrência e com a garantia da reestruturação das condições clínicas e psicológicas do paciente. Assim como o tratamento é multidisciplinar, para que haja recuperação total do paciente é essencial que todos âmbitos haja progresso!


9 de agosto de 2010

Curso TRANSTORNOS ALIMENTARES E OBESIDADE Unisinos

Estão abertas as inscrições para o curso de Transtornos Alimentares e Obesidade na Unisinos, de 1 a 29/09/2010 para nutricionistas, psicólogos, médicos e outros profissionais da área da saúde. Serei uma das ministrastes e recomendo!
Inscrições e maiores informações em www.unisinos.br/extensao/saude
Aguardo vocês lá!

ARROZ COM FEIJÃO


      Não há prato mais famoso e difundido pelo Brasil que o feijão com arroz, nas suas mais diversas preparações. Não há uma pessoa que vá morar fora do Brasil e não volte com um desejo enorme de comer este prato. Embora a mistura seja conhecida em toda América Latina, somos o país do mundo que mais consome estes dois alimentos, em especial em dupla.O prato considerado o trivial básico da culinária tupiniquim, além de ser uma saborosa parceria, assegura um invejável arranjo de nutrientes. O arroz é rico em amido, sendo uma ótima fonte de energia. Além disso, arroz fornece ferro, vitaminas B e proteínas. Já o feijão é um dos vegetais mais ricos em proteína, a qual tem a sua absorção pelo organismo facilitada pelo amido contido no arroz. O feijão também é rico em ferro e outros minerais. 
 Outro ponto a favor da combinação arroz e feijão é que eles contém aminoácidos diferentes e foi em função disto, que passou-se a consumi-los juntos. O arroz é pobre no aminoácido lisina, que é encontrado em abundância no feijão. Já o aminoácido metionina é pobre no feijão, mas tem de sobra no arroz. Além disso, a dupla também equilibra o índice glicêmico. “Enquanto o arroz sozinho, principalmente o polido, pode disparar as taxas de açúcar e insulina na circulação, o feijão tem o poder de conter esse efeito, o que mantém a glicose estabilizada. A mistura é, portanto, bem-vinda para manter a glicemia em níveis adequados e diminuir o risco do diabete”.
     Experimente consumir os diversos tipos de arroz, como, arroz parbolizado, selvagem, malekizado, arbóreo e integral. Quanto ao feijão, você também pode consumir diferentes tipos: o preto, marrom, branco, fradinho, feijão-de-corda, etc. Mesmo para aqueles pacientes em dieta, é recomendado diariamente o consumo desta dupla seja no almoço ou no jantar. Segue abaixo, uma tabela de composição nutricional desta deliciosa mistura!
Eu diria que este é um dos bons motivos de ser brasileiro!




 


2 de agosto de 2010

CARBOIDRATOS: seriam os vilões?

     Queria poder contar quantos foram os pacientes que me apontaram o carboidrato como o vilão e o responsável por engordar ou emagrecer (quando eliminados). Para aqueles com menos conhecimentos em nutrição,carboidratos são um grupo de macronutrientes que inclui preferencialmente, massas, pães, arroz, bolachas, doces entre outros alimentos. É importante ressaltar, que quase nenhum alimento é fonte de somente um macronutriente. Costumamos classifica-los quanto ao macronutriente presente em maior quantidade, determinando se o alimento é então fonte de carboidrato, lípídio ou proteína. Só para constar, não é o carboidrato em si que engorda, ou o fato de misturá-los. O que engorda é quantidade que consumimos de cada um deles, em cada refeição, ao longo do dia, no final da semana.
    Só para constar, um grama de carboidrato, fornece cerca de 4 Kcal, o mesmo fornecido por 1 g de proteínas, no entanto, a proteína é de mais difícil digestão, promovendo por maior tempo a sensação de saciedade. Conforme já falamos aqui outras vezes, os carboidratos são os alimentos que nos fornecem mais rapidamente energia, sendo indispensáveis em nossa alimentação. Conforme recomendações, 45 a 65% das calorias diárias devem ser provenientes desta fonte de alimentos, sendo então, os alimentos que mais devemos consumir ao longo dos dias.
     Muito mais que o carboidrato em si, o que irá engordá-lo é a gordura ou o excesso de açúcar presente ou associado a estes alimentos. Não se intimide nem amedronte, você pode sim, misturar purê com arroz, ou massa com pão basta saber o quanto de cada você precisa e deve consumir. Carboidrato nunca foi nem deverá ser um verdadeiro vilão!!

26 de julho de 2010

Sou 12 por 8!

     Considerando o número crescente de pessoas hipertensas no Brasil é bastante entendível a preocupação do Governo Federal e da Sociedade Brasileira de Cardiologia que lançaram a campanha: "eu sou 12 por 8". Eu, como nutricionista, e no papel de promotora de saúde não poderia deixar de postar a respeito mesmo indo de encontro a um post que fiz algumas semanas atrás. Resolvi trazer para cá, o texto que li neste sábado no caderno Vida na Zero Hora aonde foi dado bastante ênfase ao assunto. O título do tema é ainda mais claro: a ordem é reduzir! O que se sabe que esta preocupação com o excesso de sal é ainda maior aqui no nosso estado ,onde estudos demonstram o maior consumo de sódio do país, muito em função também, do consumo excessivo de carnes.
A ORDEM É REDUZIR
"O hábito de dar uma salgadinha a mais na comida tem de acabar. Com a campanha Eu Sou 12 por 8, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) quer reduzir drasticamente o consumo de sal no Brasil. O ideal, segundo parâmetros da Organização Mundial da Saúde, é usar, no máximo, cinco gramas por dia, o mesmo que uma colher rasa de chá. Parece pouco, mas pesquisas mostram que os brasileiros têm consumido uma média de 12 a 18 gramas diárias.
     O perigo do sal em excesso nem sempre é perceptível. Para se ter uma ideia do que cinco gramas do produto significam na prática, um pão francês tem, em média, 1,5 grama, e uma salsicha chega a 2,5 gramas. Basta um cachorro-quente, portanto, para atingir a meta. O problema é que a maior parte das pessoas não para por aí.
- Precisamos trabalhar na prevenção. Senão, em 2050 teremos 100 milhões de habitantes com mais de 50 anos doentes, o que sairá caro para os cofres públicos – justifica o médico Carlos Alberto Machado, coordenador de Ações Sociais da SBC.
      A arma para combater o consumo excessivo é a informação. O grande entrave é que é quase impossível, para um leigo, decifrar a quantidade de cloreto de sódio (sal de cozinha) descrita nas tabelas nutricionais dos alimentos industrializados, onde a apresentação não vem em gramas de sal, mas em miligramas de sódio.
     Uma pesquisa da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, realizada com hipertensos atendidos no Hospital Dante Pazzanese, constatou que 93% deles simplesmente desconheciam a diferença entre as duas substâncias. Para elucidar a questão, seria necessário fazer uma conversão matemática: 400 miligramas de sódio equivalem a um grama de sal. Então, cinco gramas de sal são 2 mil miligramas de sódio.
     Para facilitar a vida dos consumidores e garantir que a população entenda a quantidade exata de sal contida nos alimentos, a SBC pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) uma mudança nos rótulos dos alimentos industrializados, alterando o termo cloreto de sódio pelo nome popular.
    Apesar disso, os médicos reconhecem que os mudar hábitos não será tarefa fácil – principalmente em Estados como o Rio Grande do Sul, uma das regiões do Brasil onde mais se salga a comida, segundo o cardiologista Domingos Vitola, professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e médico do Instituto de Cardiologia. O churrasco é um dos vilões, mas não o único:
– A maioria das pessoas é acostumada, desde cedo, a comer refeições com muito sal, e depois tem dificuldade para mudar. Além do churrasco, temos o carreteiro. Sem contar que, no inverno, o clima contribui para que se opte por comidas calóricas, muitas vezes excessivamente salgadas."
Abra seu olho e reduza o máximo que puder, assim como o açúcar, o sódio é também vilão!



19 de julho de 2010

ALIMENTOS DIET X LIGHT

     Ë mais comum do que imaginamos a dúvida quanto as diferenças entre estes dois tipos de alimentos e o que mais vejo são pessoas, muitas vezes desinformadas, "comprando gato como lebre", pagando mais caro por alimentos que não se designam para tal finalidade. Ë importante ressaltar, e faz tempo que quero postar sobre isso, que alimentos light e diet são produzidos e devem ser consumidos para finalidades bastante diferentes. Vou tentar aqui, esclarecer as diferenças entre eles para que você possa então, ao ir no supermercado comprar o produto certo evitando inclusive possíveis problemas posteriores.
Alimentos Diet: são aqueles que apresentam exclusão de um determinado componente. O termo só pode ser aplicado a alimentos destinados a dietas com restrição de nutrientes, como carboidrato, gordura, proteína ou sódio. Um chocolate diet, por exemplo, não contém açúcar. Já uma bebida diet deve possuir um teor de açúcar menor que 0,5g/100ml - esse limite pode ser maior nos refrigerantes dietéticos em que é adicionado suco de fruta. Os consumidores de produtos diet normalmente apresentam condições metabólicas ou fisiológicas específicas. Precisam de alimentos especialmente formulados, que eliminam ou substituem algum componente como o açúcar (diabéticos), glúten (celíacos) e o sal (hipertensos).
     É comum produtos diet serem associados a emagrecimento, mas muitas vezes o valor energético não é menor do que o de produtos convencionais. Pode até ser maior pois são necessárias substituições para manter a palatabilidade dos alimentos. O chocolate diet não contém açúcar, mas é gorduroso e calórico – mais que o similar não diet. Em outros casos, o nutriente eliminado (sódio ou proteína, por exemplo) pode não interferir na quantidade de calorias.
Alimentos Light: O termo light pode ser utilizado em produtos que tenham baixo ou reduzido valor energético ou valor nutricional. Os alimentos light devem ter no máximo 40kcal/100g em produtos sólidos. No caso de bebidas, a proporção é de até 20kcal/100ml ou a redução mínima de 25% em termos de calorias, em comparação com produtos similares convencionais. O produto ao qual o alimento é comparado deve ser indicado no rótulo. Os produtos light devem ser consumidos por pessoas saudáveis que buscam produtos com menos calorias ou com quantidade reduzida de algum nutriente, em comparação com o mesmo alimento em sua fórmula convencional. Esses alimentos são recomendados, por exemplo, em dietas para perder peso. No entanto, é importante colocar que produtos light só ajudam a perder peso caso haja diminuição significativa no teor de algum nutriente energético. No entanto, o consumo em excesso de um produto que contém menos calorias em relação ao original pode encadear a ingestão de uma quantidade igual ou até maior de calorias, comparada ao consumo moderado de algo não-light.
Como brevemente pude relatar, as diferenças entre os dois tipos de produtos são muitas e eles "nasceram"com finalidades bastante diferentes portanto, se você é diabético, hipertenso, celíaco ou intolerante a lactose opte por alimentos diet com restrição do nutriente que você não pode ingerir. Se você não apresenta nenhuma restrição específica e só deseja perder alguns quilos, escolha os alimentos Light (embora o uso em excesso não tenha sido associado a uma maior perda de peso, conforme em breve postarei).
 Use-os mas para aquilo que realmente eles podem te ajudar!! leia rótulos e fique atento, nem tudo o que reluz é ouro já dizia o velho ditado....

9 de julho de 2010

Curso TRANSTORNOS ALIMENTARES E OBESIDADE 2

Para os interessados em transtornos alimentares, recomendo! Terá abordagem de anorexia, bulimia e obesidade, entre outros transtornos alimentares!

7 de julho de 2010

Enjôo na Gestação


                                                        
     Conforme anteriormente já escrevemos aqui no Blog, a gestação é um período da vida da mulher que necessita ser avaliado com especial atenção.
     Com o inicio da gestação, o sistema imunológico e metabólico da mãe sofrem importantes alterações. Uma delas é hormonal, que desencadeia boa parte dos sintomas, como por exemplo alteração no sistema olfativo, que fica muito mais sucetível a cheiros, agradáveis ou repulsivos, causando o enjoo. Outras razões podem ser: alteração da pressão arterial, alimentação erronea, automedicação ou até mesmo um desalinhamento da coluna vertebral. Sabe-se que os diversos sintomas consequentes da gestação podem ser responsáveis pelas escolhas e pelo padrão alimentar que a gestante irá seguir ao longo da sua gestação. Nesta postagem, optei por falar dos enjoos na gestação, visto  que é um dos sintomas que primeiramente manifesta-se.
     Os enjôos são chamados cientificamente como êmese gravídica, popularmente chamado de enjoo matinal- quando na verdade pode ocorrer durante todo dia. Como anteriormente falamos, não é recomendado que gestantes percam peso ao longo da gestação, no entanto, estes enjoos, predominantemente presentes no primeiro trimestre gestacional (14 semanas) pode ser responsável por fazer que as gestantes emagrecem por inapetência. Alimentos doces, muito temperados ou com cheiros fortes tendem a ser o primeiro alvo de repulsa.
     Muitas vezes o consumo alimentar neste primeiro momento não constuma ser o prescrito, as quantidades tendem a ser menores e as gestantes muitas vezes comem realmente por obrigaçao. Mesmo aquelas que antes de engravidar gostavam de comer e comer alimentos calóricos e gordurosos, deixam, na maior parte dos casos, de assim o fazer. Por sorte e inteligência do nosso organismo, neste primeiro trimestre, o feto utiliza-se de reservas corporais da mãe, fazendo com que a inapetência e menor consumo de alimentos não influencie o desenvolvimento deste.
     Os enjoos podem ou não, ser acompanhados de vômitos mas sabe-se hoje em dia que alimentos específicos podem auxiliar na reduçao destes enjôos e permitir por exemplo, que a gestante consiga alimentar-se de forma suficiente e saúdavel, por isso, procure uma nutricionista e esclareça sobre possíveis mudanças a serem feitas na sua alimentação ou 'hábitos que possam ser alterados para "animar"o seu apetite ( para aquilo que realmente for importante e indispensável na sua alimentação). 
Cuide da sua barriga!

28 de junho de 2010

SOPAS: boas opcões pro inverno??

     Com o frio evidente (pelo menos aqui no Rio Grande do Sul), começa a apetecer, em especial naquele período da noite as sopas. Agora pegou moda, não foi um nem outro paciente que me perguntou sobre tomar sopas instantâneas ao longo do dia, como se fosse a clássica xícara de café, até mesmo no expediente do trabalho. As sopas instantâneas (aquelas de pacotinho que basta acrescer água quente), são vendidas em lanchonetes de faculdades, lojkas de conveniência por toda parte. Há uma imensa gama de sabores, marcas, opções com macarrão, arroz, sopinha de feijão, ervilha com bacon, com croutons, propostas tentadoras ainda mais para quem quer cuidar do peso e mesmo assim tem vontade de "comer"algo diferente. Mas qual a minha resposta aos pacientes que querem tomar ao longo do dia, substituir o chá ou o café? NÃO! Mas por que não, ser o sabor é tão bom e tem tão poucas calorias? (de 50 e poucas a 80 e poucas calorias).
    O que muitos não sabem, e em função disso é que mantenho minha posição firme de não ultrapassar o consumo de duas vezes na semana, é que algumas destas sopas, chegam a ter, 50% da quantidade de sódio permitido ao longo do dia. Como falamos em um outro post, o consumo excessivo de sódio está intimamente associado ao aumento no risco de hipertensão doença que pode levar a infartos e derrames. Por isso que peço atenção, se estiver apetecendo uma sopinha, prepare você mesmo em casa, com uma gama bem grande de legumes, tornando o alimento,além de saboroso bastante saudável, diferentemente das sopas instantâneas hoje tão difundidas.
Fica aqui meu conselho, curta o inverno com moderação! Boa semana à todos!

HOJE ELA SÃO FOFAS. E AMANHÃ?

     Ontem recebi e tive o prazer (ou desprazer, pelos dados alarmantes), de ler a edição 2171 da Revista Veja que deve ir às bancas nos próximos dias.  A chamada da capa é clara: A Síndrome do Fofão, o título da reportagem (conforme acima) ainda mais. Seguindo a pergunta clara e destacada na página a resposta: "serão provavelmente obesas. Pesquisas mostram que, aos 10 anos de idade, crianças acima do peso têm 80% de probabilidade de virar um adulto em eterna luta contra a balança." Como eu, no meu papel de profisisonal de saúde poderia deixar essa informação passar? Seria impossível e até mesmo negligente da minha parte. Sugiro para que pais ou futuros pais abram seus olhos, segurem de forma firme seus pulsos e se possível denham uma lida nesta reportagem que contam com informações importantes, relevantes e vindas de pesquisas e profissionais com bastante credibilidade no ramo, mas de qualquer forma, aqui coloco as informações que mais me chamaram atenção ou que julgo serem de grande importância para você que está lendo.
     As crianças muitas vezes vistas como fofas, do ponto de vista médico, poderiam ser classificadas como crianças com excesso de peso, cuja saúde está em risco e que apresentam probabilidade bastante aumentada de se tornarem um adulto obeso. Esse risco aumenta em cada gesto de indulgência dos pais, que em última instância são os responsáveis por aquilo que as crianças irão comer. 
     Os estudos têm mostrado que as crianças brasileiras têm consumido muito mais calorias ao longo do dia do que deveriam o que representa que na faixa dos 2 aos 5 anos de idade, 22% apresenta sobrepeso e 6% já podem ser consideradas obesas, resumindo, 28% das crianças até 5 anos, estão pesando mais do que seria saudável. Os Estados Unidos que tantas vezes foi mal falado por nós, e teoricamente o país mais gordo do mundo,apresenta valores inferiores de crianças obesas quando comparado ao Brasil e daí me faço a pergunta: aonde queremos chegar??
A cada 100 meninos e meninas que apresentam obesidade aos 2 anos, 15 convevirão com o problema para o resto da vida. Entre as crianças que chegarem aos 10 anos obesas, 80% manterá este padrão pela vida adulta. Hoje em dia, não podemos mais contar com a sorte e esperar que " quando ele crescer, ele emagrece", nem acreditar que a "criança para estar saúdavel tem que estar gordinha". E porque desacreditar nisso? Crianças que cresceram em meio a frituras, sanduíches gordurosos e pacotes de bolacha recheada resistirá muito em se adaptar a uma alimentação saudável no futuro. Além de hábitos alimentares ruinse difíceis de serem superados existem fatores de ordem metabólica difíceis de serem revertidos.
     Pode, nesse processo de consumo abusivo de alimentos, haver um descontrole na sensação de saciedade, consequentimente no controle do apetite, assim como alterações significativas em enzimas responsáveis pelo gasto energético proporcionando dificuldade de emagrecer e facilidade no ganho de peso para o resto da vida'. É importante que você, como pai ou responsável não ceda a chantagens, nem queira utilizar alimentos como forma de compensar o tempo fora de casa, como forma de fazer carinho.
     Ë preciso insistir,oferecer inúmeras vezes um mesmo tipo de alimento até que a criança não faça mais cara feia e se acostume. Não apresente pro seu filho hábitos e alimentos que não sejam saudáveis, todos estes alimentos costumam ser gordurosos e tendem sempre a ser mais aceitos. Se nem todas crianças gostam de comer muito, todas elas adoram devorar o que faz mal, tudo que é pobre em nutrientes e rico em substâncias que quando em excesso, fazem mal à saúde além de promover ganho inadequado de peso.
    O que tem faltado na alimentação de nossas crianças? a revista nos traz que fibras, vitamina D, cálcio e vitamina E (revista traz as fontes de cada uma das vitaminas) e sobra o sódio, encontrado em sal de cozinha, queijos salgadinhos, batata-frita e biscoitos recheados.
A revista traz também, um teste simples para verificar se o seu filho está obeso, por isso se puder, de uma lida na íntegra e fique sempre de olhos abertos, a obesidade muito mais que um problema estético é um problema de saúde, mesmo nas nossas crianças!

21 de junho de 2010

Curso TRANSTORNOS ALIMENTARES E OBESIDADE

Queridos!! Acontece de Maio a Dezembro deste ano, todas as quintas-feiras no Contemporâneo ( das 20 as 22 h), um curso de Transtornos Alimentares e Obesidade, o qual eu tenho a honra de fazer parte e ministrar, algumas das aulas de nutrição. Os professores fazem parte de uma equipe multidisciplinar que atua na área e pode ser feito, por profissionais e estudantes das mais diversas áreas. Se você tiver interesse, acesse http://www.contemporaneo.org.br/ para maiores informações!

Os Transtornos Alimentares e a Obesidade são patologias contemporâneas que nos últimos 20 anos sofreram um importante aumento de incidência. Os transtornos alimentares podem se manifestar de diversas formas, intensidades e gravidades, mas sempre relacionados à perda ou ganho de peso corporal e a dificuldades emocionais. Os sintomas variam desde uma preocupação excessiva com o peso e a forma corpórea - que leva as pessoas a se engajarem em dietas extremamente restritivas ou utilizarem métodos inapropriados para alcançarem o corpo idealizado - até situações de ingesta exagerada de alimentos que não visa apenas saciar a fome, mas atende a uma série de estados emocionais ou situações estressantes.


Coordenação: Psic. Maria Isabel Perez Mattos – Mestre em Psicologia do Desenvolvimento (UFRGS)

SAL E SÓDIO NA ALIMENTAÇÃO

      Embora os termos sódio e sal sejam utilizados como sinônimos, eles não são a mesma coisa. O sódio é um elemento que se liga com o cloro para fomrar o cloreto de sódio, o sal de cozinha. O sódio está naturalmente presente na maioria dos alimentos e o sal é a fonte mais comum de sódio na alimentação.
     Um alimento pode conter sódio de diferentes maneiras, ele já pode estar naturalmente presente, pode ser adicionado durante o preocessamento ou cozimento e ainda pode ser acrescido à mesa, antes de ser consumido. As principais fontes na alimentação são os alimentos processados e os enlatados. Muitos alimentos são facilmente identificáveis como fonte considerável de sódio como por exemplo, batatas chips, biscoitos de água e sal, castanhas, nozes..., no entanto, em alguns outros alimentos só descobrimos a presença de sal se consultarmos  a lista de ingredientes. Cereais, frios, sopas e legumes enlatados, pratos pré-preparados e produtos de confeitaria industrializados costumam ter alto teor de sódio.De um modo geral, quanto mais processado for o alimento, maior seu teor de sódio.
     Hoje em dia, já se sabe, que assim como o açúcar em excesso, o sal em excesso pode ser um grande vilão à sua saúde e no processo de emagrecimento. Pessoas com tendência genética  a reter sódio, têm uma pedisposição aumentada à hipertensão.À medida que os rins retêm mais sal do que o necessário, excretam menos urina, de forma que os líquidos mantenham-se no corpopara manter o equilíbrio de sódio. Consequentemente, o coração é impelido  a bombear com maior intensidade para manter o líquido adicional em circulação e a pressão arterial sobe para manter o fluxo sanguíneo. Desta forma, restringir a ingestão de sal pode corrigir a pressão alta.
     É importante ressaltar que o aumento do volume sanguíneo que ocorre durante a gravidez, eleva temporariamente as necessidades do corpo por sal, mas a quantidade necessária costuma ser adquirida com uma alimentação variada e eequilibrada. Gestantes devem preparar refeições com pouco sal e evitar adicioná-los aos alimentos.
     Cada pessoa, de acordo com seu sexo, idade e estilo de vida, apresenta necessidades diárias específicas e diferentes quanto ao sódio e o sal total a serem consumidos. No entanto, muito mais que benefícios, o excesso, traz malefícios à sua saúde por isso, aqui seguem algumas dicas para redução do seu sal diário:
- Use temperos que não contenham sódio, como: ervas frescas, alho, cebola e mostarda desidratada, coentro, limão, menta, cominho, manjericão, gengibre, pimenta, pimentão, cebolinha e salsa.
- Prepare seu próprio molho de salada, abrindo mão dos industrializados, use vinagre ao invés de sal para temperar;
- Coma mais frutas, verduras e legumes fescos ou congelados, ao invés dos enlatados. Ao invés de sal, acresça na água temperos e ervas.
-Coma peixe fresco ou congelado ao invés de desidratados ou enlatados;
e o mais importante:
- REEDUQUE SEU PALADAR, o sal não deixa de ser uma questão de hábito. Diminuia aos poucos, sem mudanças muito bruscas mas que aos poucos, vá fazendo a diferença. E não esqueça que o sódio, quando em excesso, é um vilão à sua saúde!

14 de junho de 2010

ALERGIAS ALIMENTARES

   Muitas vezes, as pessoas diagnosticam-se como alergicas a determinados alimentos pois em âmbito populacional, não sabe-se como distinguir alergia de intolerância alimentar. A verdade é que apenas 2 a 8% das crianças e 1 a 2% dos adultos apresentam alergias alimentares comprovadas clinicamente. As verdadeiras alergias a alimentos, envolvem o sistema imunológico do organismo, enquanto a intolerância se origina ni sistema gastrointestinal, e involve a capacidade de digerir ou absorver determinadas substâncias.
   Hoje em dia, já sabe-se que alergias alimentares tem caráter hereditário no entanto, é bastante divergente entre as opiniões médicas, o motivo pelo qual tantos pacientes apresentam estas alergias. Sabe-se que o aleitamento materno e a introdução tardia de alimentos sólidos na alimentação do bebê reduzem as chances da criança desenvolver alergia a alimentos.
   As alergias se desenvolvem em estágios. Quando o sistema imunológico encontra o primeiro alérgeno- substância que o corpo reconhece como invasor- eles envia sinais para que células especializadas produzam anticorpos, ou imunoglobulinas, para combatê-lo. Não é comum ocorrer reação alérgica na primeira exposição, mas se a substância voltar a entrar no corpo os anticorpos provocarão uma reação de ataque, podendo ou não produzir sintomas.
   Existem muitos sintomas  de alergias a alimentos, como por exemplo, náusea,vômito, diarréia, constipação, indigestão, dores de cabeça, erupções de pele ou urticária, coceira,falta de ar e em casos mais graves, inchaço espalhado pela pele e das membranas mucosas. Muitos fatores podem influenciar também, na intensidade dos sintomas, como o modo de preparo do alimento, a forma e volume de consumo. Muitos alérgenos são facilmente identificados pois os sintomas aparecem imediatamente após a ingestão do alimento que provoca a alergia. Os alimentos, responsáveis por cerca de 90% das alergias são: leite e derivados, ovos, soja e derivados, trigo e derivados, amendoim, nozes e outros frutos sexos, peixes e frutos do mar em geral. Essas alergias costumam ser mais presentes em crianças nos 3-5 primeiros anos de vida.
   O que costumo solicitar aos pacientes que desconfiam de alergias, é que estes realizem sempre um diário alimentar, escrevendo tudo aquilo que comem ao longo do dia, para caso os sintomas manifestem-se tardiamente, seja possível a identificação do alimento precursor da alergia. Ou em casos extremos, indica-se  testes específicos para descoberta do fator etiológico da alergia. Uma vez que os alérgenos tenham sido identificados, o objetivo é retirá-los da alimentação como forma de evitar sintomas muitas vezes indesejáveis. Vale colocar que muitas vezes, o alimento que está causando a alergia pode estar oculto em determinadas preparações por isso é necessário cuidado e atenção.
   Como os alimentos listados como os mais alérgenos apresentam uma série de vitaminas e minerais específicos e importantes, vale ressaltar que devemos substituí-los por outros de igual valor, ou se for o caso suplementar determinados nutrientes. Para isso, é importante que você procure ajuda para evitar que a abstenção de determinado alimento represente a privação no consumo dos nutrientes que você precisa e deve consumir.
   Alergias quando descobertas não são um bicho de sete cabeças e não há nada que uma orientação nutricional não possa lhe ajudar, portanto, se está desconfiando de alguma alergia ou precisando abrir mão de determinados alimentos sem sair no prejuízo, procure ajuda especializada!

5 de junho de 2010

Insegurança e baixa autoestima podem levar à repetição de comportamentos prejudiciais

         Hoje lendo o jornal Zero Hora, me deparei com mais um texto que se refere ao post que fiz de nutriçao e psicologia, por isso resolvi (mais uma vez) postar aqui para vocês. Ë bem interessante e objetivo, vale  a pena conferir e pensar...visto que se aplica não somente a questões relacionadas à nutrição e alimentação mas sim na promoção do bem- estar como um todo (ou o impedimento mesmo que inconsciente deste). Mas não basta ler, leia e pense o quanto ele pode ou não se aplicar a você....

"Pode parecer absurdo que alguém tome atitudes para prejudicar a si próprio. Mas, em maior ou menor grau, as pessoas tem momentos em que puxam o próprio tapete. Um caso óbvio de autossabotagem é fazer regime de fome a semana toda e se empanturrar no domingo. Cair na tentação é normal, mas quando este comportamento se torna  rotineiro é sinal de que a pessoa não quer emagrecer de verdade, embora viva dizendo que quer.

Sigmund Freud, criador da psicanálise, escreveu, em 1916, o artigo Os que fracassam ao Triunfar. No texto, Freud diz que por certas razões, alguns indivíduos têm problemas em usufruir da satisfação de um desejo. Conseguir alcança-lo traz angústia porque a sua realização vai contra crenças primordiais, entre elas, a de que não merece ser feliz. Isso pode acontecer no caso de um novo namorado, uma promoção profissional ou um bem novo.Quem se boicota não reconhece antecipadamente que está repetindo os mesmo erros.
O autossabotador tem características determinantes, diz a psicóloga Marina Vasconcellos, especialista em terapia familiar e psicodrama:

- Em geral, são pessoas com baixa autoestima e inseguras. Têm dificuldade de se lançar em novos desafios. A causa para esse descompasso normalmente está relacionada à educação dada pelos pais, que não valorizam as potencialidades da criança e fazem crescer no filho o medo e a insegurança.

O psicólogo americano Stanley Rosner, no livro O Ciclo da Autossabotagem, reforça que o ser humano passa a metade de vida tentando confirmar as crenças adquiridas na infância, principalmente no relacionamento com os pais. - Como romper esse ciclo? Tudo passa pelo autoconhecimento. Muitas vezes é preciso terapia. Mas refletir sobre o comportamento e os rumos da própria vida também dá resultado. Ao notar uma tendência a autossabotar também esse processo, uma dica de Marina é dar mais atenção aos conselhos de amigos e familiares:


– Também vale perguntar a imagem que eles têm de você. É uma boa maneira de descobrir erros que cometemos sem perceber.

VOCÊ SE AUTOSSABOTA?
Conhecer-se é o primeiro passo para romper o ciclo de autossabotagem. Descubra se você se identifica com algum desses comportamentos e procure ajuda profissional se não conseguir mudar sozinho:

:: Repete sempre os mesmos erros e a culpa dos seus problemas é do mundo, não sua. Adora o papel de vítima. Vive pipocando em vários empregos, mas acha que o problema é com os chefes. Você atrai sempre o mesmo tipo de parceiro, mesmo que o anterior o tenha feito sofrer.

:: Sofre com a possibilidade de as coisas darem certo. Você subestima o próprio talento. Não se considera capaz de assumir determinadas tarefas. Tem a sensação de que será desmascarado o tempo todo.

:: Não se acha merecedor de suas conquistas. Você não consegue ser feliz e desfrutar dos resultados positivos. Pensa: "Emagreci, agora vou engordar", "fui contratada, mas posso ser demitida a qualquer momento" ou "ganhei aumento, mas será que vou conseguir poupar?"


:: Acha que algo de ruim está sempre para acontecer e que a felicidade plena é impossível. Se compra um carro novo, pensa que vai bater antes de fazer o seguro.














Women, Food, and God

Vi esses dias, passando de canal, uma entrevista no show da Oprah com a autora deste livro: women, food e god e me interessei bastante. Gostaria de compartilhar aqui, para aqueles que entendem inglês, como a autora descreve a relação da mulher, com o alimento. Vai bastante de encontro à postagem anterior, por isso que recomendo e vale a pena assistir! Enjoy it!

1 de junho de 2010

NUTRIÇÃO E A PSICOLOGIA: a interação indispensável!

    Antigamente, quando não havia a grande disponibilidade e variedade de alimentos, as pessoas alimentavam-se unica e exclusivamente para suprir a fome momentânea e sem que ainda soubessem, fornecer nutrientes, vitaminas e calorias que o corpo precisava. Com o tempo no entanto, a indústria alimentar desenvolveu-se e o número da oferta de alimentos cresceu. A busca por alimentos passou a ser muito mais que uma resposta às necessidades do corpo, passou a relacionar-se intensamente com o nosso psicológico. O alimento que por vezes parece confortar, aliviar problemas torna-se em outros momentos aquele responsável por gerar tristeza, arrependimento e insatisfação com o corpo. E por que tudo isso acontece dentro da gente? Os mecanismos que nos fazem buscar determinados alimentos  e por vezes, em quantidades tão variadas são os mais diversos.
    Costumo inclusive colocar, nas aulas que dou, que quando recém formada, pensava que minha prática nos estágios e todo o meu conhecimento seriam o suficiente para que eu pudesse ajudar os pacientes que viriam até mim com o objetivo de emagrecer ou enfim restaurar ou adquirir hábitos alimentares específicos. O que aconteceu? vi que isso na prática não funciona, na maior parte dos casos. Como nutricionista, não duvido da minha capacidade de fornecer uma dieta equilibrada que forneça macro e micronutrientes em fontes alimentares que possam ser aceitas e em quantidades que sejam suficientes para cada indivíduo mas como convencê-los e fazê-los seguir esse plano alimentar?
   Parei de achar que pessoas que haviam excesso de peso eram descuidadas, desleixadas ou simplesmente não davam bola para isso. Vi que por mais linda e real que seja a minha dieta prescrita se o indíviduo não apresenta uma saúde mental bastante estruturada de nada vai servir. E é por isso que costumo reafirmar aos meus alunos: SÀO POUCAS AS PESSOAS QUE COMEM EXCLUSIVAMENTE PARA SUPRIR SUAS NECESSIDADES, as pessoas comem por prazer, comem por dor, comem por aquele alimento remeter a situações ímportantes, comem pois inconscientemente não querem sentir-se atraentes. Enfim, comem por tantos motivos....
    Deixei de ver o alimento somente como uma tabela nutricional, passei a ver além dele, com ajuda de psicólogas que cruzaram meu caminho e ainda fazem parte da minha vida profissional. Por que resolvi postar sobre isso? Normalmente a busca por um corpo ideal quando não atingido, gera frustações. As pessoas que não conseguem seguir dietas acham-se incompetentes e isso gera uma frustação enorme. Pense antes de tudo que por trás de hábitos alimentares, sejam eles excessivos ou deficientes há fatores desencadeadores e se isso não for tratado, pode ser até que se obtenham resultados, mas a tendência é que sejam pontuais e não persistam por muito tempo.
   Por isso que costumo dizer: cuide da sua saúde, mas não esqueça que isso inclui desde hábitos alimentares saudáveis até uma vida emocional e psicológica (no contexto geral) sadia.

24 de maio de 2010

SLOW FOOD

    Comer é fundamental para viver. A forma como nos alimentamos tem profunda influência no que nos rodeia - na paisagem, na biodiversidade da terra e nas suas tradições. Para um verdadeiro gastrônomo é impossível ignorar as fortes relações entre prato e planeta. Além disso, melhorar a qualidade da nossa alimentação e arranjar tempo para a saborear, é uma forma simples de tornar o nosso cotidiano mais prazeroso. Esta é a filosofia do slow food. Na semana passada, tive o prazer de participar de encontros com a psicóloga Denise Amon que debateu sobre alimentação e as práticas no cotidiano e foi isso que impulsionou minha curiosidade e vontade de postar no blog sobre este movimento, que nasceem resposta (ou melhor, oposição) ao tãooo mais difundido: Fast Food.
    O Slow Food foi fundado em 1986 pelo italiano Carlo Petrini e em 1989 tornou-se uma associação internacional sem fins lucrativos. Atualmente conta com mais de 100.000 membros e tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido, e apoiadores em 132 países.
    O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores. O Slow Food opõe-se ao movimento de padronização da alimentação no mundo e defende a necessidade de que os consumidores estejam bem informados, se tornando co-produtores daqueles alimentos que consomem. O movimento busca conjugar o prazer e a alimentação com consciência e responsabilidade. As atividades da associação visam defender a biodiversidade na cadeia de distribuição alimentar, difundir a educação do gosto e aproximar os produtores dos consumidores.
    Na percepção do movimento, o alimento deve ser BOM, LIMPO e JUSTO. O alimento que comemos teve ter bom sabor, deve ser cultivado de maneira limpa sem prejudicar nossa saúde, o ambiente ou os animais; e os produtores devem receber o que é justo pelo seu trabalho. Seríamos como co-produtores, não somente consumidores, pois tendo informação de como nossos alimentos são produzidos e apoiando efetivamente os produtores, nos tornamos também responsáveis pelo processo de produção.
Para os que se interessarem por maiores informações sugiro visitarem a página e baixarem o manual do slow food. Devorem-o, mas com calma...

17 de maio de 2010

GANHO DE PESO NA GESTAÇÃO

   Essa semana, resolvi postar sobre esse assunto de particular e de tão grande importância, a nutrição na gestação. Cada vez mais, gestantes entram em contato e buscam um acompanhamento que resulte em menos risco para a mãe e garanta uma melhor qualidade de vida na gestação além de proporcionar o desenvolvimento adequado ao feto. Sabemos que na vida intrauterina, a responsável pela nutrição e desenvolvimento da criança - seja ele adequado ou inadequado- são no primeiro trimestre as reservas corporais da mãe passando a partir do segundo trimestre a ser a alimentação momentânea da gestante.
   Uma coisa bem importante que vale eu aqui colocar, é que não recomenda-se, nem mesmo para gestantes obesas, a perda de peso ao longo desses 9 meses. Para cada gestante, estima-se um ganho de peso esperado, algumas devem ganhar mais, outras menos mas sempre ganhar e nunca perder. As vezes, torna-se inevitavel (até em função de enjoos) que isso ocorra, mas  deve ser intimamente monitorado. De um modo amplo e grosseiro estima-se que o ganho de peso para gestações simples (1 criança), seja de 7 a 16 quilos, variando conforme eu falei, de acordo com o peso pré-gestacional da mãe, condições nutricionais prévias e ao longo da gestação.
   O peso a ser ganho tem momentos específicos para isso. Costumamos estabelecer um ganho total para o primeiro trimestre e após o segundo, um ganho semanal. Vale colocar que mulheres gestantes não devem comer por dois, o ganho excessivo de peso pode também trazer problemas ao longo da gestação e impedir o desenvolvimento adequado e esperado do feto. O ganho a partir do segundo trimestre, com ênfase no terceiro, tende a ser maior visto que o feto passa a ganhar peso e crescer o que se difere do primeiro trimestre onde somente ocorre multiplicação das células do novo bebê que se desenvolve.
   O que costumo ressaltar para as "minhas gestantes" é que muito mais que o número de quilos ganhos, a qualidade e quantidade de alimentação farão a diferença e não se preocupem pois este aumento de peso, após a gestação, tende a ser facilmente recuperado! Não deixe de procurar ajuda especializada para cuidar da sua saúde ainda mais se dela, depender a saúde de uma criança que se desenvolve...

14 de maio de 2010

SUSHI

   O sushi já foi considerado um prato exótico, mas hoje é o prato principal em diversos e variados restaurantes. Este belo prato não só é delicioso e nutritivo, mas uma arte que vem evoluindo ao longo dos anos, no decorrer dos séculos.
   Tecnicamente, a palavra sushi, refere-se ao arroz avinagrado, mas este termo é comumente usado para descrever uma variedade de alimentos pequenos, como bolinho de arroz com peixe cru (nigiri), ou arroz e enrolados de algas marinhas com peixe e/ou legumes (maki). Esses alimentos podem ser consumidos puros ou mergulhados em molho shoyu (de soja).
   Falando de propriedades nutricionais, o sushi apresenta ingredientes simples e saudáveis como arroz, alga marinha, peixe e legumes, apresentando baixo teor de gordura e calorias, sendo então, um alimento recomendado para aqueles pacientes em controle de peso ou programa de redução de colesterol. No entanto pacientes hipertensos, devem evitar os enrolados em alga e o molho de soja (shoyu) pelo alto teor de sódio. Cada um dos nigiris, apresenta cerca de 40 kcal sendo importante destacar que aqueles com cream cheese ou fritos apresentam muiiito mais calorias.
   Sempre coloco aos meus pacientes o cuidado que deve-se ter na escolha do sushi a ser consumido isto pois, mesmo que haja um controle rigoroso na arte de preparar, o consumo de peixes crus representa sempre um risco a saúde. Mulheres grávidas e pacientes imunodeprimidos devem evita-los para desta forma, reduzir os riscos de exposição (ou melhor, consumo) de bactérias e parasitas. Ë importante colocar,complementando a colocação acima, que os peixes preferencialmente adicionados aos sushis, apresentam quantidade significativa de gordura ômega 3 e 6, aquelas gorduras que consideramos "boas"pelo seu poder antioxidante.
   Para aquelas pessoas que buscam reduzir peso, os sashimis (fatias de peixes crus) apresentam menos calorias por não serem acompanhados de arroz nem de outros ingredientes como o cream cheese.

** Sugestão de tema de Vinícius! Sugira também assuntos para postagem no blog!

10 de maio de 2010

TPM- tensão pré-menstrual

   TPM é a sigla utilizada para a tensão pré-menstrual período que antecede a menstruação feminina. Nem todas as mulheres (ainda bem!) apresentam estes sintomas bem claros e indentificáveis. A TPM teoricamente incluiria uma série de alterações internas e externas no corpo da mulher, que inicia-se cerca de 10 dias antes da menstruação, tendo seu pico máximo cerca de 5 dias.
   Os sinais mais comuns aos meros mortais são as alteraçoes de humor que acontecem, normalmente tornando as mulheres bemmm mais irritadiças e emotivas (o choro passa a ser comum). E você deve estar se perguntanto porque eu trouxe esse assunto para um blog que é de nutrição? Quem é mulher , ou quem prestou atenção na foto acima, talvez me entenda.. Em primeiro lugar, acompanhado dessas alterações no humor há uma alteração no peso, independente da alimentação. Durante estes cinco dias que antecedem a menstruação há uma grande retenção de líquidos que faz com que haja um aumento (momentaneo) da celulite e aumento de peso na balança (o que não significa aumento de gordura,mas sim da água corporal). ë este inchaço que muitas vezes promove dores em locais específicos do corpo da mulher (como por exemplo nos seios). Este "ganho"de peso na balança pode chegar até a 2 quilos.
    Além do aumento de peso, há um aumento de apetite, algumas mulheres referem sentir-se como um leão, com necessidades absurdas e incontroláveis de comer, normalmente alimentos gordurosos e doces como o tão conhecido chocolate.
   Uma novidade (para alguns, nem tão nova assim), é que neste periodo as mulheres apresentam sim as necessidades energéticas aumentadas cerca de 10% o que significaria que um leve aumento do consumo alimentar neste periodo nao promoveria ganho de peso. Sabe-se que esta necessidade aumentada é em relação aos carboidratos, não em relaçao especificamente aos doces. O motivo pelo qual as mulheres buscam alimentos doces ainda não é bem claro, mas talvez seja o aspecto psicológico do poder comer e atribuir a tpm o descontrole, sem que sintam-se culpadas.
   As muitas possíveis causas da TPM ainda são estudadas bem como as formas de tratamento que vão desde a prática de atividade física até o uso de antidepressivos. A suplementação de algumas vitaminas e a prescrição de alimentos específicos podem ser benéficos nesta alteração hormonal, minimizando os efeito colaterais deste período, onde somente aqueles envolvidos, sabem o quão difícil é superar...

5 de maio de 2010

DESEJOS ALIMENTARES X COMPULSÃO ALIMENTAR

Ocasionalmente, todos nós sentimos uma necessidade irresistível de comer ou beber algo em especial. Mas essa compulsão súbita por algum alimento não constitui o desejo alimentar verdadeiro, nem abusar de vez em quando do chocolate, sorvete ou outro alimento preferido. A compulsão é mais do que isso- é um desejo insistente que você não consegue ignorar, mesmo que a ingestão desse alimento resulte em mal estar ou represente perigo.
   Desejos ocasionais poder ser uma reação ao estresse, alterações hormonais ou fome. A compulsão mais obsessiva por algum alimento, porém pode se originar de alguma doença, vício ou problema psicológico profundo.
   Pesquisas recentes sugerem que alterações hormonais são respnsáveis por muitas das compulsões alimentares, em especial aquelas desenvolvidas durante períodos de estresse, de gravidez ou de diferentes fases do ciclo menstrual. Níveis hormonais oscilantes podem influenciar a produçao de um hormônio chamado serotonina e de outras substâncias no cérebro- alterações que desencadeiam um desejo intenso por algum alimento. Sob essas circunstâncias, a pessoa costuma desejar chocolates ou outros doces. Pesquisadores acreditam que isso ocorra pois os açúcares são fontes imediatas de glicose, a fonte de energia para o cérebro. Seguir uma alimentação rica em grãos integrais e em amido com quantidades moderadas de proteínas pode prevenir o desejo por doces, pois estes carboidratos complexos e a proteína são metabolizados mais lentamente do que os açúcares, sendo assim, uma fonte contínua de glicose.
   Durante a gestação, o desejo por alimentos específicos, em especial salgados, reflete uma necessidade fisiológica. Nesta fase o volume sanguíneo da gestante praticamente dobra e para manter o equilíbrio hídrico adequado é como se o corpo da gestante "necessitasse"de alimentos salgados. É importante colocar que nesta fase pode ser que ocorram desejos por alimentos considerados estranhos ou até por substâncias não alimentares, aonde deve-se evidentemente, ter-se cautela.

28 de abril de 2010

VOMITAR EMAGRECE?

   Ontem mesmo, no grupo de Nutrição dos Transtornos Alimentares do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, aonde trabalho e participo de pesquisa optamos por falar sobre aquele que parece tão nojento mas ao mesmo tempo é um método tão utilizado pelos pacientes com transtornos alimentares: O VÔMITO. O vômito costuma ser utilizado pelos pacientes objetivando a perda de peso ou o que eles consideram "emagrecer". Para tal, é comum que pacientes com bulimia e mesmo com anorexia do tipo purgativa, costumem induzir o vômito com o dedo, escovas de dente, cabos de escovas de cabelo, enfim, tudo aquilo que possa ir até suas gargantas e fazer aquele alimento consumido em excesso (seja num episódio de compulsão, seja para os padrões alimentares da anorexia), sair! Mas o que será que sai pelo vômito? Será que é realmente possível emagrecer vomitando? Hoje em dia se sabe que não! Nem 5% das calorias dos alimentos consumidos são perdidas pelo vômito, muito mais que alimentos, vomitamos ácido clorídrico, bile, e perdemos muita água.
   O que costumo colocar, é que muito mais que os "benefícios" que o vômito possa trazer, tem os malefícíos. Estes pacientes de transtornos alimentares costumam machucar as mãos, a garganta, ter dores fortes como azia além de prejudicarem de diversas outras formas o seu corpo como um todo. A diminuição do peso na balança atribuída normalmente ao emagrecimento promovido pelo vômito é na verdade, somente um reflexo da perda de água e possível (consequente) desidratação do corpo.
   Aquele peso "perdido" é facilmente reconsquistado, quando com sede, o paciente rehidrata-se. Vomitar não emagrece, é somente uma forma de colocar para fora coisas que não estão bem dentro da gente. O que coloquei para os pacientes, é que eles buscassem junto às suas terapeutas (individuais ou familiares), uma outra forma de extravasar o que não tava bem, conversando, discutindo, podendo impor-se (cada caso com suas particulariedades) mas não se auto-agredindo induzindo o vômito!

24 de abril de 2010

A CONSAGRAÇÃO DA MAÇÃ- Moacyr Scliar

 "Se há fruta com imagem controversa é a maçã. A controvérsia vem desde a antiguidade. Para começar tendemos a achar que a maçã é o fruto proibido mencionado na Bíblia (se bem que intérpretes das Escrituras falem no figo, na romã e na uva), e que resultou na expulsão de Adão e Eva do paraíso. No Cântico dos Cânticos, narrativa de inegável conteúdo erótico, a maçã alude ao seio feminino e ao desejo. Os gregos também viam na fruta um símbolo sexual; cortada em dois a maçã tem um aspecto que lembra, ao menos para imaginações férteis, a genitália feminina. Eris, a deusa grega da discórdia, conseguiu provocar a maior confusão entre as deusas do Olimpo ao arrojar, numa festa, uma maçã de ouro com a inscrição: “À mais bela”. Vocês bem pode imaginar a fúria da disputa.

  
O cristianismo manteve a imagem da maçã como fruto proibido, entre outras razões porque o vocábulo latino malum significa tanto “maçã” quanto “mal”. Nas primeiras pinturas sobre Adão e Eva, lá estava a maçã e esta tradição continuou com grandes artistas. No começo do século 20, Nova York, a cidade das oportunidades mágicas e das tentações, começou a ser conhecida como “The Big Apple”, a grande maçã.

 
Mais recentemente a imagem da maçã mudou de novo. Nas escolas americanas durante muito tempo os alunos mantiveram o hábito de presentear a professora com uma maçã, o que poderia significar uma mensagem dúbia, mas era em geral considerado uma gentileza. Por outro lado, reforçou-se cada vez mais a ideia de que maçã faz bem à saúde, sintetizada no aforismo: “An apple a day keeps the doctor away”, uma maçã por dia mantém o doutor longe – ainda que, para muitos americanos, o problema era ter um médico, não uma maçã. Isso resultava de um raciocínio intuitivo, sem comprovação científica. Os últimos tempos porém tem-se acumulado as evidências de que maçã, de fato, faz bem à saúde. A palavra mágica aí é “fibra”. A pectina, substância na qual a maçã é rica, forma fibras solúveis, que ajudam a baixar o colesterol “ruim” e a proteger o aparelho cardiovascular. E a maçã também contém flavonoides, substâncias anti-oxidantes. Pesquisas sugerem que maçã protege contra a osteoporose de mulheres, contra o Alzheimer, câncer de intestino, de mama e de pulmão, asma, diabetes. Ah, sim, e faz perder peso. Isto vale tanto para a fruta quanto para o suco.

 
Falando em gordura e em obesidade, um detalhe irônico. Dependendo da distribuição de gordura, há dois tipos de conformação corporal. Existem as pessoas que têm a gordura nas nádegas – é a gordura tipo “pera”, que não traz problemas para a saúde. E existem aquelas cuja gordura acumula-se na cintura e que, de acordo com os estudos, estão mais sujeitas a problemas cardiovasculares. Adivinhem o nome desse tipo de corpo. É isso mesmo, é o formato maçã. A pobre fruta sempre acaba pagando o pato. "

Como fã do Scliar não poderia deixar de postar este dele encontrado no Caderno Vida de 24/4/2010