28 de junho de 2010

SOPAS: boas opcões pro inverno??

     Com o frio evidente (pelo menos aqui no Rio Grande do Sul), começa a apetecer, em especial naquele período da noite as sopas. Agora pegou moda, não foi um nem outro paciente que me perguntou sobre tomar sopas instantâneas ao longo do dia, como se fosse a clássica xícara de café, até mesmo no expediente do trabalho. As sopas instantâneas (aquelas de pacotinho que basta acrescer água quente), são vendidas em lanchonetes de faculdades, lojkas de conveniência por toda parte. Há uma imensa gama de sabores, marcas, opções com macarrão, arroz, sopinha de feijão, ervilha com bacon, com croutons, propostas tentadoras ainda mais para quem quer cuidar do peso e mesmo assim tem vontade de "comer"algo diferente. Mas qual a minha resposta aos pacientes que querem tomar ao longo do dia, substituir o chá ou o café? NÃO! Mas por que não, ser o sabor é tão bom e tem tão poucas calorias? (de 50 e poucas a 80 e poucas calorias).
    O que muitos não sabem, e em função disso é que mantenho minha posição firme de não ultrapassar o consumo de duas vezes na semana, é que algumas destas sopas, chegam a ter, 50% da quantidade de sódio permitido ao longo do dia. Como falamos em um outro post, o consumo excessivo de sódio está intimamente associado ao aumento no risco de hipertensão doença que pode levar a infartos e derrames. Por isso que peço atenção, se estiver apetecendo uma sopinha, prepare você mesmo em casa, com uma gama bem grande de legumes, tornando o alimento,além de saboroso bastante saudável, diferentemente das sopas instantâneas hoje tão difundidas.
Fica aqui meu conselho, curta o inverno com moderação! Boa semana à todos!

HOJE ELA SÃO FOFAS. E AMANHÃ?

     Ontem recebi e tive o prazer (ou desprazer, pelos dados alarmantes), de ler a edição 2171 da Revista Veja que deve ir às bancas nos próximos dias.  A chamada da capa é clara: A Síndrome do Fofão, o título da reportagem (conforme acima) ainda mais. Seguindo a pergunta clara e destacada na página a resposta: "serão provavelmente obesas. Pesquisas mostram que, aos 10 anos de idade, crianças acima do peso têm 80% de probabilidade de virar um adulto em eterna luta contra a balança." Como eu, no meu papel de profisisonal de saúde poderia deixar essa informação passar? Seria impossível e até mesmo negligente da minha parte. Sugiro para que pais ou futuros pais abram seus olhos, segurem de forma firme seus pulsos e se possível denham uma lida nesta reportagem que contam com informações importantes, relevantes e vindas de pesquisas e profissionais com bastante credibilidade no ramo, mas de qualquer forma, aqui coloco as informações que mais me chamaram atenção ou que julgo serem de grande importância para você que está lendo.
     As crianças muitas vezes vistas como fofas, do ponto de vista médico, poderiam ser classificadas como crianças com excesso de peso, cuja saúde está em risco e que apresentam probabilidade bastante aumentada de se tornarem um adulto obeso. Esse risco aumenta em cada gesto de indulgência dos pais, que em última instância são os responsáveis por aquilo que as crianças irão comer. 
     Os estudos têm mostrado que as crianças brasileiras têm consumido muito mais calorias ao longo do dia do que deveriam o que representa que na faixa dos 2 aos 5 anos de idade, 22% apresenta sobrepeso e 6% já podem ser consideradas obesas, resumindo, 28% das crianças até 5 anos, estão pesando mais do que seria saudável. Os Estados Unidos que tantas vezes foi mal falado por nós, e teoricamente o país mais gordo do mundo,apresenta valores inferiores de crianças obesas quando comparado ao Brasil e daí me faço a pergunta: aonde queremos chegar??
A cada 100 meninos e meninas que apresentam obesidade aos 2 anos, 15 convevirão com o problema para o resto da vida. Entre as crianças que chegarem aos 10 anos obesas, 80% manterá este padrão pela vida adulta. Hoje em dia, não podemos mais contar com a sorte e esperar que " quando ele crescer, ele emagrece", nem acreditar que a "criança para estar saúdavel tem que estar gordinha". E porque desacreditar nisso? Crianças que cresceram em meio a frituras, sanduíches gordurosos e pacotes de bolacha recheada resistirá muito em se adaptar a uma alimentação saudável no futuro. Além de hábitos alimentares ruinse difíceis de serem superados existem fatores de ordem metabólica difíceis de serem revertidos.
     Pode, nesse processo de consumo abusivo de alimentos, haver um descontrole na sensação de saciedade, consequentimente no controle do apetite, assim como alterações significativas em enzimas responsáveis pelo gasto energético proporcionando dificuldade de emagrecer e facilidade no ganho de peso para o resto da vida'. É importante que você, como pai ou responsável não ceda a chantagens, nem queira utilizar alimentos como forma de compensar o tempo fora de casa, como forma de fazer carinho.
     Ë preciso insistir,oferecer inúmeras vezes um mesmo tipo de alimento até que a criança não faça mais cara feia e se acostume. Não apresente pro seu filho hábitos e alimentos que não sejam saudáveis, todos estes alimentos costumam ser gordurosos e tendem sempre a ser mais aceitos. Se nem todas crianças gostam de comer muito, todas elas adoram devorar o que faz mal, tudo que é pobre em nutrientes e rico em substâncias que quando em excesso, fazem mal à saúde além de promover ganho inadequado de peso.
    O que tem faltado na alimentação de nossas crianças? a revista nos traz que fibras, vitamina D, cálcio e vitamina E (revista traz as fontes de cada uma das vitaminas) e sobra o sódio, encontrado em sal de cozinha, queijos salgadinhos, batata-frita e biscoitos recheados.
A revista traz também, um teste simples para verificar se o seu filho está obeso, por isso se puder, de uma lida na íntegra e fique sempre de olhos abertos, a obesidade muito mais que um problema estético é um problema de saúde, mesmo nas nossas crianças!

21 de junho de 2010

Curso TRANSTORNOS ALIMENTARES E OBESIDADE

Queridos!! Acontece de Maio a Dezembro deste ano, todas as quintas-feiras no Contemporâneo ( das 20 as 22 h), um curso de Transtornos Alimentares e Obesidade, o qual eu tenho a honra de fazer parte e ministrar, algumas das aulas de nutrição. Os professores fazem parte de uma equipe multidisciplinar que atua na área e pode ser feito, por profissionais e estudantes das mais diversas áreas. Se você tiver interesse, acesse http://www.contemporaneo.org.br/ para maiores informações!

Os Transtornos Alimentares e a Obesidade são patologias contemporâneas que nos últimos 20 anos sofreram um importante aumento de incidência. Os transtornos alimentares podem se manifestar de diversas formas, intensidades e gravidades, mas sempre relacionados à perda ou ganho de peso corporal e a dificuldades emocionais. Os sintomas variam desde uma preocupação excessiva com o peso e a forma corpórea - que leva as pessoas a se engajarem em dietas extremamente restritivas ou utilizarem métodos inapropriados para alcançarem o corpo idealizado - até situações de ingesta exagerada de alimentos que não visa apenas saciar a fome, mas atende a uma série de estados emocionais ou situações estressantes.


Coordenação: Psic. Maria Isabel Perez Mattos – Mestre em Psicologia do Desenvolvimento (UFRGS)

SAL E SÓDIO NA ALIMENTAÇÃO

      Embora os termos sódio e sal sejam utilizados como sinônimos, eles não são a mesma coisa. O sódio é um elemento que se liga com o cloro para fomrar o cloreto de sódio, o sal de cozinha. O sódio está naturalmente presente na maioria dos alimentos e o sal é a fonte mais comum de sódio na alimentação.
     Um alimento pode conter sódio de diferentes maneiras, ele já pode estar naturalmente presente, pode ser adicionado durante o preocessamento ou cozimento e ainda pode ser acrescido à mesa, antes de ser consumido. As principais fontes na alimentação são os alimentos processados e os enlatados. Muitos alimentos são facilmente identificáveis como fonte considerável de sódio como por exemplo, batatas chips, biscoitos de água e sal, castanhas, nozes..., no entanto, em alguns outros alimentos só descobrimos a presença de sal se consultarmos  a lista de ingredientes. Cereais, frios, sopas e legumes enlatados, pratos pré-preparados e produtos de confeitaria industrializados costumam ter alto teor de sódio.De um modo geral, quanto mais processado for o alimento, maior seu teor de sódio.
     Hoje em dia, já se sabe, que assim como o açúcar em excesso, o sal em excesso pode ser um grande vilão à sua saúde e no processo de emagrecimento. Pessoas com tendência genética  a reter sódio, têm uma pedisposição aumentada à hipertensão.À medida que os rins retêm mais sal do que o necessário, excretam menos urina, de forma que os líquidos mantenham-se no corpopara manter o equilíbrio de sódio. Consequentemente, o coração é impelido  a bombear com maior intensidade para manter o líquido adicional em circulação e a pressão arterial sobe para manter o fluxo sanguíneo. Desta forma, restringir a ingestão de sal pode corrigir a pressão alta.
     É importante ressaltar que o aumento do volume sanguíneo que ocorre durante a gravidez, eleva temporariamente as necessidades do corpo por sal, mas a quantidade necessária costuma ser adquirida com uma alimentação variada e eequilibrada. Gestantes devem preparar refeições com pouco sal e evitar adicioná-los aos alimentos.
     Cada pessoa, de acordo com seu sexo, idade e estilo de vida, apresenta necessidades diárias específicas e diferentes quanto ao sódio e o sal total a serem consumidos. No entanto, muito mais que benefícios, o excesso, traz malefícios à sua saúde por isso, aqui seguem algumas dicas para redução do seu sal diário:
- Use temperos que não contenham sódio, como: ervas frescas, alho, cebola e mostarda desidratada, coentro, limão, menta, cominho, manjericão, gengibre, pimenta, pimentão, cebolinha e salsa.
- Prepare seu próprio molho de salada, abrindo mão dos industrializados, use vinagre ao invés de sal para temperar;
- Coma mais frutas, verduras e legumes fescos ou congelados, ao invés dos enlatados. Ao invés de sal, acresça na água temperos e ervas.
-Coma peixe fresco ou congelado ao invés de desidratados ou enlatados;
e o mais importante:
- REEDUQUE SEU PALADAR, o sal não deixa de ser uma questão de hábito. Diminuia aos poucos, sem mudanças muito bruscas mas que aos poucos, vá fazendo a diferença. E não esqueça que o sódio, quando em excesso, é um vilão à sua saúde!

14 de junho de 2010

ALERGIAS ALIMENTARES

   Muitas vezes, as pessoas diagnosticam-se como alergicas a determinados alimentos pois em âmbito populacional, não sabe-se como distinguir alergia de intolerância alimentar. A verdade é que apenas 2 a 8% das crianças e 1 a 2% dos adultos apresentam alergias alimentares comprovadas clinicamente. As verdadeiras alergias a alimentos, envolvem o sistema imunológico do organismo, enquanto a intolerância se origina ni sistema gastrointestinal, e involve a capacidade de digerir ou absorver determinadas substâncias.
   Hoje em dia, já sabe-se que alergias alimentares tem caráter hereditário no entanto, é bastante divergente entre as opiniões médicas, o motivo pelo qual tantos pacientes apresentam estas alergias. Sabe-se que o aleitamento materno e a introdução tardia de alimentos sólidos na alimentação do bebê reduzem as chances da criança desenvolver alergia a alimentos.
   As alergias se desenvolvem em estágios. Quando o sistema imunológico encontra o primeiro alérgeno- substância que o corpo reconhece como invasor- eles envia sinais para que células especializadas produzam anticorpos, ou imunoglobulinas, para combatê-lo. Não é comum ocorrer reação alérgica na primeira exposição, mas se a substância voltar a entrar no corpo os anticorpos provocarão uma reação de ataque, podendo ou não produzir sintomas.
   Existem muitos sintomas  de alergias a alimentos, como por exemplo, náusea,vômito, diarréia, constipação, indigestão, dores de cabeça, erupções de pele ou urticária, coceira,falta de ar e em casos mais graves, inchaço espalhado pela pele e das membranas mucosas. Muitos fatores podem influenciar também, na intensidade dos sintomas, como o modo de preparo do alimento, a forma e volume de consumo. Muitos alérgenos são facilmente identificados pois os sintomas aparecem imediatamente após a ingestão do alimento que provoca a alergia. Os alimentos, responsáveis por cerca de 90% das alergias são: leite e derivados, ovos, soja e derivados, trigo e derivados, amendoim, nozes e outros frutos sexos, peixes e frutos do mar em geral. Essas alergias costumam ser mais presentes em crianças nos 3-5 primeiros anos de vida.
   O que costumo solicitar aos pacientes que desconfiam de alergias, é que estes realizem sempre um diário alimentar, escrevendo tudo aquilo que comem ao longo do dia, para caso os sintomas manifestem-se tardiamente, seja possível a identificação do alimento precursor da alergia. Ou em casos extremos, indica-se  testes específicos para descoberta do fator etiológico da alergia. Uma vez que os alérgenos tenham sido identificados, o objetivo é retirá-los da alimentação como forma de evitar sintomas muitas vezes indesejáveis. Vale colocar que muitas vezes, o alimento que está causando a alergia pode estar oculto em determinadas preparações por isso é necessário cuidado e atenção.
   Como os alimentos listados como os mais alérgenos apresentam uma série de vitaminas e minerais específicos e importantes, vale ressaltar que devemos substituí-los por outros de igual valor, ou se for o caso suplementar determinados nutrientes. Para isso, é importante que você procure ajuda para evitar que a abstenção de determinado alimento represente a privação no consumo dos nutrientes que você precisa e deve consumir.
   Alergias quando descobertas não são um bicho de sete cabeças e não há nada que uma orientação nutricional não possa lhe ajudar, portanto, se está desconfiando de alguma alergia ou precisando abrir mão de determinados alimentos sem sair no prejuízo, procure ajuda especializada!

5 de junho de 2010

Insegurança e baixa autoestima podem levar à repetição de comportamentos prejudiciais

         Hoje lendo o jornal Zero Hora, me deparei com mais um texto que se refere ao post que fiz de nutriçao e psicologia, por isso resolvi (mais uma vez) postar aqui para vocês. Ë bem interessante e objetivo, vale  a pena conferir e pensar...visto que se aplica não somente a questões relacionadas à nutrição e alimentação mas sim na promoção do bem- estar como um todo (ou o impedimento mesmo que inconsciente deste). Mas não basta ler, leia e pense o quanto ele pode ou não se aplicar a você....

"Pode parecer absurdo que alguém tome atitudes para prejudicar a si próprio. Mas, em maior ou menor grau, as pessoas tem momentos em que puxam o próprio tapete. Um caso óbvio de autossabotagem é fazer regime de fome a semana toda e se empanturrar no domingo. Cair na tentação é normal, mas quando este comportamento se torna  rotineiro é sinal de que a pessoa não quer emagrecer de verdade, embora viva dizendo que quer.

Sigmund Freud, criador da psicanálise, escreveu, em 1916, o artigo Os que fracassam ao Triunfar. No texto, Freud diz que por certas razões, alguns indivíduos têm problemas em usufruir da satisfação de um desejo. Conseguir alcança-lo traz angústia porque a sua realização vai contra crenças primordiais, entre elas, a de que não merece ser feliz. Isso pode acontecer no caso de um novo namorado, uma promoção profissional ou um bem novo.Quem se boicota não reconhece antecipadamente que está repetindo os mesmo erros.
O autossabotador tem características determinantes, diz a psicóloga Marina Vasconcellos, especialista em terapia familiar e psicodrama:

- Em geral, são pessoas com baixa autoestima e inseguras. Têm dificuldade de se lançar em novos desafios. A causa para esse descompasso normalmente está relacionada à educação dada pelos pais, que não valorizam as potencialidades da criança e fazem crescer no filho o medo e a insegurança.

O psicólogo americano Stanley Rosner, no livro O Ciclo da Autossabotagem, reforça que o ser humano passa a metade de vida tentando confirmar as crenças adquiridas na infância, principalmente no relacionamento com os pais. - Como romper esse ciclo? Tudo passa pelo autoconhecimento. Muitas vezes é preciso terapia. Mas refletir sobre o comportamento e os rumos da própria vida também dá resultado. Ao notar uma tendência a autossabotar também esse processo, uma dica de Marina é dar mais atenção aos conselhos de amigos e familiares:


– Também vale perguntar a imagem que eles têm de você. É uma boa maneira de descobrir erros que cometemos sem perceber.

VOCÊ SE AUTOSSABOTA?
Conhecer-se é o primeiro passo para romper o ciclo de autossabotagem. Descubra se você se identifica com algum desses comportamentos e procure ajuda profissional se não conseguir mudar sozinho:

:: Repete sempre os mesmos erros e a culpa dos seus problemas é do mundo, não sua. Adora o papel de vítima. Vive pipocando em vários empregos, mas acha que o problema é com os chefes. Você atrai sempre o mesmo tipo de parceiro, mesmo que o anterior o tenha feito sofrer.

:: Sofre com a possibilidade de as coisas darem certo. Você subestima o próprio talento. Não se considera capaz de assumir determinadas tarefas. Tem a sensação de que será desmascarado o tempo todo.

:: Não se acha merecedor de suas conquistas. Você não consegue ser feliz e desfrutar dos resultados positivos. Pensa: "Emagreci, agora vou engordar", "fui contratada, mas posso ser demitida a qualquer momento" ou "ganhei aumento, mas será que vou conseguir poupar?"


:: Acha que algo de ruim está sempre para acontecer e que a felicidade plena é impossível. Se compra um carro novo, pensa que vai bater antes de fazer o seguro.














Women, Food, and God

Vi esses dias, passando de canal, uma entrevista no show da Oprah com a autora deste livro: women, food e god e me interessei bastante. Gostaria de compartilhar aqui, para aqueles que entendem inglês, como a autora descreve a relação da mulher, com o alimento. Vai bastante de encontro à postagem anterior, por isso que recomendo e vale a pena assistir! Enjoy it!

1 de junho de 2010

NUTRIÇÃO E A PSICOLOGIA: a interação indispensável!

    Antigamente, quando não havia a grande disponibilidade e variedade de alimentos, as pessoas alimentavam-se unica e exclusivamente para suprir a fome momentânea e sem que ainda soubessem, fornecer nutrientes, vitaminas e calorias que o corpo precisava. Com o tempo no entanto, a indústria alimentar desenvolveu-se e o número da oferta de alimentos cresceu. A busca por alimentos passou a ser muito mais que uma resposta às necessidades do corpo, passou a relacionar-se intensamente com o nosso psicológico. O alimento que por vezes parece confortar, aliviar problemas torna-se em outros momentos aquele responsável por gerar tristeza, arrependimento e insatisfação com o corpo. E por que tudo isso acontece dentro da gente? Os mecanismos que nos fazem buscar determinados alimentos  e por vezes, em quantidades tão variadas são os mais diversos.
    Costumo inclusive colocar, nas aulas que dou, que quando recém formada, pensava que minha prática nos estágios e todo o meu conhecimento seriam o suficiente para que eu pudesse ajudar os pacientes que viriam até mim com o objetivo de emagrecer ou enfim restaurar ou adquirir hábitos alimentares específicos. O que aconteceu? vi que isso na prática não funciona, na maior parte dos casos. Como nutricionista, não duvido da minha capacidade de fornecer uma dieta equilibrada que forneça macro e micronutrientes em fontes alimentares que possam ser aceitas e em quantidades que sejam suficientes para cada indivíduo mas como convencê-los e fazê-los seguir esse plano alimentar?
   Parei de achar que pessoas que haviam excesso de peso eram descuidadas, desleixadas ou simplesmente não davam bola para isso. Vi que por mais linda e real que seja a minha dieta prescrita se o indíviduo não apresenta uma saúde mental bastante estruturada de nada vai servir. E é por isso que costumo reafirmar aos meus alunos: SÀO POUCAS AS PESSOAS QUE COMEM EXCLUSIVAMENTE PARA SUPRIR SUAS NECESSIDADES, as pessoas comem por prazer, comem por dor, comem por aquele alimento remeter a situações ímportantes, comem pois inconscientemente não querem sentir-se atraentes. Enfim, comem por tantos motivos....
    Deixei de ver o alimento somente como uma tabela nutricional, passei a ver além dele, com ajuda de psicólogas que cruzaram meu caminho e ainda fazem parte da minha vida profissional. Por que resolvi postar sobre isso? Normalmente a busca por um corpo ideal quando não atingido, gera frustações. As pessoas que não conseguem seguir dietas acham-se incompetentes e isso gera uma frustação enorme. Pense antes de tudo que por trás de hábitos alimentares, sejam eles excessivos ou deficientes há fatores desencadeadores e se isso não for tratado, pode ser até que se obtenham resultados, mas a tendência é que sejam pontuais e não persistam por muito tempo.
   Por isso que costumo dizer: cuide da sua saúde, mas não esqueça que isso inclui desde hábitos alimentares saudáveis até uma vida emocional e psicológica (no contexto geral) sadia.