9 de julho de 2011

Cirurgia bariátrica: solução ou problema?

     Lendo a Zero Hora esta manhã (caderno Vida) lembrei de postar, talvez mais uma ve,z sobre a cirurgia Bariátrica. Já estamos carecas de saber que a obesidade é a epidemia mundial que mais cresce e cada vez atinge desde crianças à idosos. Os riscos de doenças associadas ao excesso de peso, bem definidos, a Síndrome Metabólica bem determinada mas e como tratar tudo isso? Tenho a plena consciência que o nutricionista sozinho, na maior parte dos casos pode não ser efetivo o suficiente e quando falo isso não objetivo desmerecer minha profissão, mas chamar a atenção que as pessoas chegam a um nível avançado de obesidade não por simples fome ou descuidado com o corpo. Questões psicológicas bem importantes e enraizadas estão muitas vezes envolvidas e devem ser tratadas para que se atinja o objetivo. Ninguém é gordo porque quer, podem ter a certeza...
     O excesso de peso é na maior parte das vezes associado à condições de extremo descontentamento, os quilos a mais são responsáveis por um sofrimento muitas vezes não entendido nem demonstrado. Medo de não passar na roleta do onibus, de ocupar mais de um assento em aviões, quebrar determinadas cadeiras, "ser escolhido pela roupa ao invés de escolher". Enfim, são condições muiiito além do que leigos (não obesos) possam entender se não convivam ou trabalhem na área. Surge então, uma possibilidade "milagrosa"de livrar-se de tudo isso com algumas horas na mão de cirurgiões... Muitos pacientes acreditam que quando o efeito da anestesia passar e eles acordarem serão novas pessoas, arranjarão companheiros, mudarão de emprego, farão amigos...Muitos planos realizados em troca de algumas horas na mesa cirúrgica. Quem dera fosse tudo tão simples e prático...
     Já atendi alguns pacientes em pré-operatório e fiz acompanhamento no pós (só me recuso com todas minhas forças a engordar alguém para ter indicação da cirurgia). Na prática e lidando com esses pacientes, me chama atenção a falta de noção da cirurgia a ser realizada ou mesmo já realizada, os pacientes "caem na faca" sem saber exatamente a que serão submetidos, apenas com a ilusão de que em poucas horas tudo irá mudar. Chamo atenção que as complicações pós-operatórias podem ser muitas, há um aumento nas taxas de depressão e suicídio pós operatório, a Síndrome de Dumping se fará presente, vômitos serão frequentes, o uso de suplementos vitamínicos será vitalício. Todas as mudanças depositadas e acreditadas no quando "eu tiver menos peso", muitas vezes não serão realizadas. Não esqueça que esta cirurgia é de redução do volume do estômago, não de redução do "olho gordo"ou da "cabeça de gordo". O estômago é um musculo que assim como atrofia pode distender-se. Vejo somento pontos negativos da cirurgia? Com certeza não, a obesidade mata mais que a cirurgia propriamente dita. Só chamo atenção que riscos existem e milagres não...Portanto antes de "cair na faca" é importante que se tente todos outros métodos (dieta, atividade física, psicoterapia e até mesmo medicamentos) e que a cirurgia seja utilizada em última instância.
     Faça acompanhamento psicológico antes de decidir, busque um profissional apto para "autorizar ou não"a processo cirúrgico. Investigue os riscos e benefícios e principalmente não atribua milagres aos cirurgiões. Se você não fizer o melhor para si, não atribua aos outros a função.
    

2 comentários:

Kelly disse...

Vou recomendar esta postagem a uma amiga que está pensando em fazer essa cirurgia... Tenho amigos que fizeram... É muito sério!

Passa lá no meu blog, tem uma receita integral bem gostosa de torta de maçã.

Beijos!

www.amenidadesdekelly.blogspot.com

veronica lemos disse...

Amei tudo o que vc disse, fiz essa cirurgia em setembro e me preparei muito antes de fazer durante um ano, depende mesmo da nossa força de vontade em nos reeducar na alimentação e no modo de viver, pois só a cirurgia não resolve.