28 de novembro de 2008

Pílulas de Emagrecimento


Não foi uma nem duas vezes que ocorreu de pacientes virem ao meu consultório e após uma hora e meia recebendo informações sobre a nutrição eles sorriem e me perguntam: e eu vou ganhar remedio para emagrecer doutora? Chega a ser engraçado. Em primeiro lugar, não cabe ao nutricionista prescrever medicamentos e de certa forma isso vai meio contra aos nossos aprendizados. Mas esta é uma dúvida bastante comum, por isso resolvi coloca-la. A prescrição de remédios cabe única e exclusivamente aos médicos, em especial os medicamentos tarja preta como são os casos destas pílulas. O que observo, é que as pessoas não querem por si emagrecer, querem algo que seja mais forte que elas e as impeçam de comer. Sou bastante realista, ninguém nesse mundo come única e exclusivamente para suprir suas necessidades nutricionais. As pessoas comem porque estão tristes ou porque estão felizes, comem porque estão anciosas enfim comem por diversos motivos e as coisas mais variadas possíveis. E como abrir mão de tudo isso? ë comum que os pacientes me perguntem o que acho destes medicamentos. Normalmente, os que mais se ouvem falar por ai são o grupo da anfetamina e a sibutramina. O primeiro, é aquele em que observamos mais resultados mas os efeitos colaterais são muito maiores, a dependência a este medicamento costuma ser comum e podemos observar casos de depressão após a sua utilização. O que acontece? esses medicamentos normalmente atuam a nível de sistema nervoso central promovendo uma falsa sensação de bem-estar, euforia a mesma que um alimento muito cálorico e da nossa preferência pode nos oferecer. uma coisa bastante importante: não são todos pacientes que emagrecem fazendo uso destas substâncias. Outra coisa bem comum de ser observada são pacientes que emagrecem enquanto fazem o uso, e após encerrarem a sua utilização recuperam de forma bastante rápida o peso perdido. Vale ressaltar que estes medicamentos não podem ser utilizados para sempre, então tenha cuidado. Talvez seja puxar a brasa para o meu assado, mas nada como uma reeducação alimentar...só isso é possível de ser para sempre, não custa tão caro, não vicia o organismo além de favorecer em outros aspectos sua saúde. Independente de sua escolha, faça-a orientado por um profissional para melhor adequação e menor risco!

25 de novembro de 2008

TRANSTORNOS ALIMENTARES

Como muitos de vocês a uma altura destas já deve estar sabendo, estou trabalhando nos transtornos alimentares do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com crianças e adolescentes. Fiz 5 anos de nutrição, estou a 3 formada e confesso que nem assim eu tinha idéia da complexidade destes casos. Gente crianças com anorexia, crianças induzindo vômito e quando a gente pensa que a magreza das modelos ou o padrão das atrizes é o causador de tudo isso, se descobre que na verdade há muito mais coisa por trás. Há quem diga, que tudo é falta de laço, mas quem assim o diz é porque nao sabe do que fala. No tratamento destes pacientes, a terapia de família é as vezes mais importante que o tratamento individual. A família é sim, e em grandes proporções, responsável por tudo isso. Anorexia, bulimia e síndrome do comer compulsivo e obesidade não são frescuras nem relaxamento de ninguém, são doenças psíquicas e assim devem ser tratados. Pretendo, aproveitando essa minha nova experiência, ir explicando-lhes melhor sobre cada um dos transtornos para que você possa conhecer e até mesmo ficar atento a sua volta pois tudo isto é mais comum que nos parece ser. Deixo aqui um parágrafo que li no livro da Sônia Tucunduva e da Marle Alvarenga que achei bem interessante para introduzir o assunto:

"Vive-se hoje a ditadura da lipofobia: nad de gorduras, nada de excessos nesse corpo psiquíco. Mas o psiquismo está carregado de excessos: onde colocar os medos, a ansiedade, a impulsividade, se os excessos não são autorizados? Como comer pouco, moderadamente, de forma saudável, em um mundo ancioso, impulsivo, que oferece excesso de alimentos, de dietas e de angústia o tempo todos? "