16 de agosto de 2010

O final do tratamento dos Transtornos Alimentares

     Como aqueles que seguem o blog e me conhecem já devem saber, transtornos alimentares se tornaram ,há alguns anos, minha especialidade e uma das preferências no atendimento clínico e é sobre isso, mais uma vez, o post dessa semana. Ainda pouco, atendia duas pacientes com transtornos, um diferente do outro mas a pergunta que sempre me é feita é quando será dada a alta  ao tratamento. Claro que essa decisão não cabe somente a mim, mas também a toda equipe responsável pelo tratamento e somente quando houver um consenso, assim será feito.
    Muito mais que parar de vomitar, emagrecer, ou no caso da anorexia, atingir e manter o peso mínimo estipulado, mudanças de hábitos e pensamentos destes pacientes devem ocorrer. Muitos profissionais precipitam-se na liberaçao do tratamento e desta forma, o que evidencia-se são altas taxas de casos recorrentes. Muito mais que aquilo que reflete na balança, estes pacientes e suas famílias devem estar saudáveis psicologicamente. Como inúmeras vezes já coloquei, alteraçao no peso seja para mais ou para menos, é somente reflexo de problemas psicológicos, perdas insuperadas, relações mal definidas e é quando todo este contexto estiver adequado, bem como as condutas pertinentes e a relação com o alimento saudável e assintomática é que o paciente poderá então ter sua alta.
     Não é possível definir o quanto de tempo que cada um levará para "livrar-se" do tratamento, isso vai muito da gravidade ao iniciar o tratamento, do grau de estruturação familiar, da organização desta, da entrega do paciente à terapia e também da confiança que este deposita na equipe que o trata. Sempre torcemos para que a recuperação seja rápida e para que os pacientes tenham o menor número de morbidades associadas, no entanto, as vezes,faz-se necessário o acompanhamento prolongado, podendo chegar a anos mas desta forma, com menores riscos de recorrência e com a garantia da reestruturação das condições clínicas e psicológicas do paciente. Assim como o tratamento é multidisciplinar, para que haja recuperação total do paciente é essencial que todos âmbitos haja progresso!


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